As memórias precisam de registros.
Dos cenários de guerra ao renascimento da natureza: conheça a história do fotógrafo que documentou o genocídio e, anos depois, reflorestou uma floresta brasileira.
As Raízes: Como tudo Começou
Documentar a vida é parte do nosso processo de conhecimento e reconhecimento do mundo. Através de fotografias, vídeos, pinturas em tela ou textos, guardamos pequenos fragmentos do tempo.
Capturar recortes da humanidade é o trabalho do Fotógrafo e Ambientalista, Sebastião Salgado.
Nascido em 1944, em uma fazenda no interior do Brasil, Salgado cresceu cercado pela exuberância da Mata Atlântica, que cobria mais de 50% das terras de sua família. Sua infância foi nutrida pela abundância dos alimentos cultivados na própria terra, pela convivência com a vida selvagem e pelo canto de diferentes pássaros.
Aos quinze anos, deixou a fazenda para estudar na cidade. Naquela época, o Brasil também passava por transformações profundas: urbanização acelerada, industrialização e turbulências políticas. Salgado, formou-se economista e seguiu uma carreira linear.
Um dia, a fotografia invadiu sua vida. Tornou-se, então, fotógrafo.
Migrações: a história.
Entre 1994 e 2000, Sebastião embarcou em sua mais desafiadora expedição fotográfica. Através de suas lentes, documentou milhares de pessoas, de diferentes culturas, em cenários de migração forçada. Do outro lado da câmera, encontrou populações para quem a vida normal foi brutalmente interrompida.
O cenário cotidiano era a guerra e o genocídio étnico. Em Ruanda, o fotojornalista presenciou uma violência tão profunda que perdeu a fé na humanidade. O impacto emocional foi tão grande que ouviu de um médico: “você não está doente, o que aconteceu é que você viu tantas mortes que está morrendo”.
Essa frase fez com que ele tomasse uma decisão drástica: abandonar a fotografia e voltar para a fazenda onde nasceu.
Amazônia vista por Sebastião Salgado / Criador: © Sebastião SALGADO / Direitos autorais: © Sebastião SALGADO
O Retorno ao Lar
Ao retornar, teve mais um choque: a terra que antes abrigava 50% de floresta tropical, tinha menos de 0,5%.
O desenvolvimento do Brasil destruiu as florestas da região e o lar que Salgado guardava na memória. Naquele momento, sua esposa, Lélia, teve uma ideia rebelde: reflorestar a fazenda.
Com o passar dos anos, a terra recuperou a vida que Sebastião conhecia, e a fazenda se transformou no Instituto Terra: uma ONG de referência mundial em restauração ecossistêmica, educação ambiental e desenvolvimento rural sustentável.
Ao longo dos 26 anos do Instituto, foram mais de 3 milhões de mudas nativas plantadas e 2.000 nascentes recuperadas.
Lélia e Sebastião Salgado na RPPN Fazenda Bulcão, sede do Instituto Terra (Foto: Philippe Petit / Divulgação)
Da Fotografia ao Reflorestamento
Os registros de Salgado têm, em sua essência, o objetivo de expressar a realidade, por mais desconfortável que seja.
Ao documentar a terra devastada e o seu renascimento, criou um testemunho vivo de que a regeneração é possível.
No projeto de reflorestamento do Instituto Terra, as fotografias do antes e depois não são apenas imagens: são provas tangíveis de que a ação humana pode tanto destruir quanto regenerar.
O trabalho de Salgado nos mostra que, quando documentamos com propósito, criamos mais que registros – criamos possibilidades.
Revista Galileu - Abril/2019 / Foto - Facebook Sebastião Salgado
Crie Experiências e Memórias para a Vida Toda
Documentar a própria vida é uma forma de preservar momentos, contar histórias e, como nos ensina Sebastião Salgado, até mesmo inspirar mudanças – além de ser um ótimo exercício criativo.
Já falamos aqui sobre como a criatividade e a natureza estão diretamente conectadas.
Então, que tal criar um projeto pessoal de documentação?
Para começar:
- Escolha um formato: fotografias, textos, vídeos ou pinturas;
- Defina seu foco: um ambiente natural em transformação, uma causa ambiental local ou uma paisagem;
- Estabeleça uma rotina: determine a frequência dos registros e até quando vai o projeto;
- Mantenha a consistência: mas permita que o projeto evolua naturalmente.
Não se apegue à técnica, divirta-se no processo.
Capture Momentos com Conforto
Documentar a vida não serve apenas para preservar memórias – pode criar novos caminhos, inspirar mudanças e, principalmente, nos reconectar com aquilo que verdadeiramente importa.
Se você se sentiu inspirado em começar a sua própria jornada de documentação, lembre-se: o conforto é essencial.
Assim como Sebastião Salgado nos ensina sobre a importância de estar presente para documentar a natureza, a Portable garante que você viva estas experiências com conforto e leveza. Seja em trilhas, parques ou nos cantos mais remotos, áreas mais isoladas, leve a Portable por onde for.
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